Governador do Ceará defende ação policial em Parambu e reforça combate ao crime

Governador do Ceará defende ação policial em Parambu e reforça combate ao crime em meio a preocupações com segurança pública

Em um pronunciamento contundente, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), posicionou-se sobre o grave confronto ocorrido neste sábado (22) em Parambu, município a 405 km de Fortaleza, que resultou na morte de dois homens e na apreensão de armas de guerra e drogas. O caso reacende debates sobre segurança pública no estado, que registrou mais de 3.300 homicídios em 2023, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, além de ser palco recorrente de operações contra facções e roubos a bancos.

“Entre um policial ser vítima e bandidos tombarem, que eles levem sempre a pior. Minha determinação será sempre agir dentro da lei, mas com a força necessária para combater o crime e garantir paz à população. Nossas forças de segurança têm meu apoio”, declarou Elmano em redes sociais, destacando o embate entre a proteção de agentes públicos e o enfrentamento à criminalidade organizada.

A operação, realizada por equipes da Força Tática da PMCE, interceptou um veículo ligado a uma quadrilha investigada por assaltos a bancos, incluindo um roubo a uma agência de valores em Bacabal (MA). Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS-CE), os ocupantes do carro abriram fogo contra os policiais, que revidaram. Dois homens morreram no local: um de 43 anos, com extensa folha criminal (incluindo homicídio e tráfico), e outro de 31, com passagens por latrocínio e roubo.

Armamento apreendido reflete gravidade do cenário
No veículo, foram encontrados quatro fuzis, 130 munições calibre 556 e 2,16 kg de skunk (variedade de maconha de alto poder alucinógeno), além de equipamentos usados em crimes. A apreensão de armas de guerra, comum em operações contra o crime organizado no Nordeste, ilustra o cenário preocupante: apenas em 2024, o Ceará já registrou 18 ocorrências de apreensão de fuzis, segundo a SSPDS.

A pasta ressaltou que as investigações, lideradas pela Delegacia Regional de Tauá, buscam identificar outros envolvidos. A ação ocorre em um contexto de pressão contra grupos que atuam em fronteiras interestaduais, prática que exige coordenação entre forças de segurança de diferentes estados.

Equilíbrio entre rigor legal e direitos humanos
Embora o governador enfatize o “combate firme” ao crime, o episódio reaviva discussões sobre o uso da força pelo Estado. Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, alertam para a necessidade de transparência em operações que resultam em mortes, especialmente em regiões com histórico de violência policial.

Enquanto isso, parte da população cearense, ainda impactada por uma onda de ataques a bancos e sequestros relâmpago em 2023, apoia medidas duras. “É um dilema complexo: como proteger vidas sem negligenciar a legalidade? A resposta exige não apenas força, mas estratégia e investimento em inteligência”, pondera Raquel Lima, pesquisadora em segurança pública da UFC.

O caso de Parambu reflete a complexidade de um estado que busca equilibrar o enfrentamento ao crime com a garantia de direitos – um desafio que permanece no centro das políticas de Elmano.