Justiça no Rio: MP Clama por Condenação de Responsáveis pela Tragédia no Ninho do Urubu! - Pagenews

Justiça no Rio: MP Clama por Condenação de Responsáveis pela Tragédia no Ninho do Urubu!

Publicado em: 13/05/2025

Justiça no Rio: MP Clama por Condenação de Responsáveis pela Tragédia no Ninho do Urubu!
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Rio de Janeiro, RJ- Mais de seis anos após a tragédia que chocou o país, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deu um passo crucial em busca de justiça para as dez vidas jovens perdidas no incêndio do Ninho do Urubu, o centro de treinamento do Flamengo. O órgão requereu formalmente à Justiça a condenação de sete acusados pelo crime de incêndio culposo, ocorrido na fatídica madrugada de 8 de fevereiro de 2019. Além das dez mortes, outros três adolescentes sofreram lesões corporais naquele fatídico dia.


Responsabilidade Apurada: Nomes na Mira da Justiça:


Após uma extensa instrução criminal, que ouviu mais de quarenta testemunhas ao longo de três anos desde a denúncia inicial, o MPRJ concluiu que as provas reunidas comprovam a responsabilidade criminal de sete indivíduos que exerciam cargos de gestão no CT ou tinham ligação direta com as instalações. São eles:



  • Gestores do CT: Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia de Sá, que ocupavam posições com poder de decisão na administração do centro de treinamento.

  • Responsáveis pelos Contêineres: Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fabio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, ligados aos contêineres que serviam de alojamento para os jovens atletas.

  • Manutenção do Ar Condicionado: Edson Colman da Silva, o profissional contratado para realizar a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, apontados como a possível causa do incêndio.


De um total de 11 pessoas inicialmente denunciadas, a Justiça rejeitou o pedido de responsabilização para quatro delas, restando os sete nomes agora sob a iminência de um julgamento.


Tragédia Anunciada: Falhas e Negligências Expostas:


Na contundente denúncia, a promotoria enfatizou que a tragédia no Ninho do Urubu era evitável. O centro de treinamento operava de forma irregular, "mesmo sem possuir alvará de funcionamento, em razão da ausência do certificado de aprovação emitido pelo Corpo de Bombeiros". A clandestinidade do local já havia motivado diversas interdições e autuações por parte das autoridades competentes.


Além da precariedade da situação legal, a investigação apontou falhas cruciais que contribuíram para o desastre:



  • Irregularidades Elétricas: Foram constatados problemas na instalação elétrica do local, um fator de risco significativo para incêndios.

  • Manutenção Precária: A falta de manutenção preventiva por parte do responsável pelos aparelhos de ar-condicionado é apontada como uma das principais negligências.


Alojamentos Mortais: Contêineres Sem Segurança:


A denúncia também detalha as condições inadequadas dos contêineres que serviam de alojamento para os jovens atletas, transformando-se em uma armadilha fatal:



  • Janela Gradeada Única: Cada quarto possuía apenas uma janela gradeada, dificultando a evacuação em caso de emergência.

  • Portas Emperradas: As portas de correr dos contêineres apresentaram problemas e emperraram durante o incêndio, impedindo a fuga dos jovens.

  • Saída Descentralizada: Havia apenas uma porta de saída, localizada distante do quarto onde todos os dez jovens que perderam a vida estavam alojados.

  • Ausência de Proteção: Os contêineres não possuíam qualquer sistema ativo de combate a incêndio, como sprinklers ou alarmes.

  • Material Inflamável: As chapas de aço dos contêineres continham material sem tratamento antichamas, altamente inflamável, o que permitiu a rápida propagação das chamas, conforme constatado pela perícia técnica.


Diante da gravidade dos fatos e das evidências contundentes, o MPRJ clama pela condenação dos sete acusados, buscando "a resposta penal justa e necessária que a sociedade espera e confia" para que a memória das dez jovens promessas do futebol não seja em vão e para que tragédias como essa jamais se repitam. A expectativa agora se volta para a decisão da Justiça, que terá a responsabilidade de analisar as provas e proferir a sentença neste caso que marcou profundamente o esporte brasileiro.

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