Publicado em: 13/05/2025
Rio de Janeiro, RJ- Mais de seis anos após a tragédia que chocou o país, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deu um passo crucial em busca de justiça para as dez vidas jovens perdidas no incêndio do Ninho do Urubu, o centro de treinamento do Flamengo. O órgão requereu formalmente à Justiça a condenação de sete acusados pelo crime de incêndio culposo, ocorrido na fatídica madrugada de 8 de fevereiro de 2019. Além das dez mortes, outros três adolescentes sofreram lesões corporais naquele fatídico dia.
Responsabilidade Apurada: Nomes na Mira da Justiça:
Após uma extensa instrução criminal, que ouviu mais de quarenta testemunhas ao longo de três anos desde a denúncia inicial, o MPRJ concluiu que as provas reunidas comprovam a responsabilidade criminal de sete indivíduos que exerciam cargos de gestão no CT ou tinham ligação direta com as instalações. São eles:
De um total de 11 pessoas inicialmente denunciadas, a Justiça rejeitou o pedido de responsabilização para quatro delas, restando os sete nomes agora sob a iminência de um julgamento.
Tragédia Anunciada: Falhas e Negligências Expostas:
Na contundente denúncia, a promotoria enfatizou que a tragédia no Ninho do Urubu era evitável. O centro de treinamento operava de forma irregular, "mesmo sem possuir alvará de funcionamento, em razão da ausência do certificado de aprovação emitido pelo Corpo de Bombeiros". A clandestinidade do local já havia motivado diversas interdições e autuações por parte das autoridades competentes.
Além da precariedade da situação legal, a investigação apontou falhas cruciais que contribuíram para o desastre:
Alojamentos Mortais: Contêineres Sem Segurança:
A denúncia também detalha as condições inadequadas dos contêineres que serviam de alojamento para os jovens atletas, transformando-se em uma armadilha fatal:
Diante da gravidade dos fatos e das evidências contundentes, o MPRJ clama pela condenação dos sete acusados, buscando "a resposta penal justa e necessária que a sociedade espera e confia" para que a memória das dez jovens promessas do futebol não seja em vão e para que tragédias como essa jamais se repitam. A expectativa agora se volta para a decisão da Justiça, que terá a responsabilidade de analisar as provas e proferir a sentença neste caso que marcou profundamente o esporte brasileiro.